Considerando o desenvolvimento de uma Regulação sobre a utilização, produção e fornecimento de tecnologias baseadas em Inteligência Artificial, são comuns, pertinentes e responsáveis os questionamentos acerca do que fazer para estar preparado para os novos regulamentos e usufruir das novas tecnologias de maneira segura e adequada, e a resposta pode ser bem mais simples do que aparenta.
Com o constante desenvolvimento da tecnologia e da economia digital, baseada principalmente no uso de dados pessoais, as empresas precisam se adequar a esta nova realidade.
A primeira onda de mudança na Governança das empresas em razão desse novo cenário foi com a publicação do GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa), seguido da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil), que orientam para o uso responsável e seguro dos dados pessoais, considerado ativos inestimáveis para a condução dos negócios, além de garantir a proteção do titular desses dados.
O cumprimento destes regulamentos demanda um esforço por parte dos agentes de tratamento, sendo que a melhor ferramenta para garantir a conformidade é através da implementação de um Programa de Governança dos Dados, que garante o controle dos dados, a proteção do titular e por fim, permite que a empresa usufrua dessas informações de maneira apropriada.
Neste momento, e usando da mesma fonte (dados pessoais), surge a necessidade de voltar os olhos da Governança para o uso da Inteligência Artificial (IA). Assim como a revolução no uso de dados, que ocorreu organicamente e tomou o operacional da maioria das empresas, as tecnologias baseadas em Inteligência Artificial estão ganhando protagonismo e tomando conta dos processos e operações das companhias do mundo inteiro.
Por que se preocupar?
Algumas empresas sequer notaram, mas já utilizam Inteligência Artificial em diversas etapas de sua operação, seja de modo oficial ou não.
A Inteligência Artificial foi criada para complementar, automatizar e otimizar tarefas rotineiras e muitas vezes, massivas. Considerando que seu uso está cada vez mais difundido e comum, torna-se necessário estabelecer regras para que ocorra de maneira consciente e responsável, minimizando eventuais riscos, como:
- Uso de bancos de dados irregulares;
- Falta de Transparência;
- Falta de Previsibilidade;
- Decisões automatizadas sem explicação;
- Discriminação;
- Vieses algorítmicos; dentre outros.
Estes riscos já foram premeditados e percebidos pelo mercado e por reguladores, que já há alguns anos se movimentam para, assim como foi feito com o tema “dados pessoais”, dar um passo adiante e determinar diretrizes para o uso seguro da Inteligência Artificial. Os principais exemplos desse movimento são a publicação do AI Act (Lei de Inteligência Artificial) na Europa, e os avanços nas discussões do PL 2338/2023 que dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial no Brasil.
Portanto, as empresas devem começar a se preparar para enfrentar as novas regulamentações, implementando boas práticas e processos, como parte de um Programa de Governança para o uso de Inteligência Artificial. O Programa apresenta diversos benefícios, como: cumprimento da Legislação brasileira sobre IA (PL 2338/2023) e da AI Act; atuação com ética e responsabilidade; dinamismo e rapidez no desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em IA; vantagem competitiva frente à concorrentes do ponto de vista do uso de tecnologias e adequação de processos, conhecimento dos processos internos que usam IA; dentre outros.