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Offshore no Planejamento Patrimonial: Vantagens, Desafios e as Alterações Impostas pela Lei 14.754/2023
28/02/2025



A offshore tem se tornado uma ferramenta popular no planejamento patrimonial e sucessório, especialmente entre empresários e investidores brasileiros que buscam otimização fiscal e proteção de ativos.
No entanto, a Lei 14.754/2023 trouxe novas regras para contemplar a transparência fiscal e o combate à evasão fiscal, tornando ainda mais criteriosa a análise sobre as vantagens e desvantagens da utilização desse tipo de estrutura internacional para fins de planejamento patrimonial e sucessório.
Uma offshore é uma entidade jurídica registrada em uma jurisdição estrangeira com o objetivo de administrar ativos e realizar atividades econômicas fora do país de residência do proprietário.
Frequentemente, são constituídas em países ou territórios com regimes fiscais mais benéficos e com menores obrigações regulatórias, como Ilhas Cayman, Panamá, Luxemburgo, e podem oferecer algumas vantagens como:
No entanto, há desvantagens, como a obrigatoriedade de declarar ativos no exterior à Receita Federal, sob risco de penalidades em caso de não conformidade, além da possibilidade de caracterização como evasão fiscal e ocultação de ativos.
A instituição da Lei 14.754/2023 teve como objetivo principal aumentar o controle da Receita Federal sobre o patrimônio e os rendimentos de brasileiros no exterior, especialmente em relação a empresas e ativos mantidos em paraísos fiscais, e impactou diretamente a utilização de offshore como ferramenta de planejamento. Seguem algumas das principais alterações:
A partir de 2023, passou a ser necessária a opção da tributação pela Transparência ou Opaca na Declaração de Imposto de Renda sobre a Offshore;
Cabe destacar que, no caso de Offshore que detém quotas de Holdings Patrimoniais estabelecidas no Brasil, pode ocorrer a situação de dupla tributação, a qual poderá ser objeto de discussão com a Receita Federal, caso haja comprovação de que a Offshore detém quotas de empresa brasileira.
A utilização de offshores no planejamento patrimonial continua sendo uma estratégia vantajosa para empresários e investidores, especialmente pela otimização fiscal e proteção patrimonial.
Contudo, a implementação da Lei 14.754/2023 trouxe novos desafios, como maior transparência fiscal e obrigações rigorosas de declaração e controle de ativos no exterior, o que exige uma revisão cuidadosa das estratégias adotadas.
A escolha entre uma offshore opaca ou transparente deve considerar o impacto tributário e os riscos associados, sendo essencial a análise detalhada das implicações fiscais e das exigências legais atuais, a fim de se garantir a conformidade e otimizar os benefícios dessa estrutura, minimizando os riscos de penalidades e erros tributários.
Em resumo, embora a estrutura offshore ainda ofereça vantagens, especialmente em termos de proteção patrimonial e redução de carga tributária, a nova legislação exige cuidados adicionais. A análise minuciosa da situação e o apoio de profissionais qualificados são fundamentais para aproveitar ao máximo essa ferramenta no planejamento patrimonial e sucessório.