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3 motivos que tornam o investimento em Compliance no ano de 2025 obrigatório!
11/12/2024

Com o constante desenvolvimento de novas tecnologias e da economia digital, baseada principalmente no uso massivo de dados pessoais, além das regulamentações sobre o tema, os riscos para os agentes de tratamento aumentaram consideravelmente, exigindo adequação do Estado e das empresas à esta nova realidade.
É imprescindível que as empresas de todos os setores e portes estejam com seus Programas de Governança atualizados com base em riscos, buscando, mais do que apenas a conformidade legal, também (e mais importante), a prevenção de prejuízos, a proteção dos direitos individuais envolvidos em suas operações e a manutenção da boa reputação da empresa.
A rápida evolução tecnológica traz muitos benefícios para as empresas e a população em geral, mas, por outro lado, pode trazer muitos desafios e riscos, especialmente diante da necessidade de garantir que o uso das novas tecnologias ocorra de maneira segura e razoável. As (novas) regulamentações tentam garantir isso, criando regras que usuários, empresas e o Estado devem cumprir no dia a dia.
Pensando nestas regulamentações e na necessidade de adequação, é urgente que as empresas atualizem suas normas e processos internos, prevenindo sanções e novos tipos de ocorrências que podem causar grandes prejuízos.
Dentre os muitos motivos que levam à necessidade de investir em Conformidade, separamos 3 dos mais importantes.
Para que as empresas consigam utilizar ou desenvolver inovações de maneira proveitosa e adequada, é necessário que tenham um ambiente interno preparado, antecipando riscos e sendo capazes de cumprir com novas obrigações legais, que surgem a todo instante, em tempo hábil e com baixo impacto.
Por exemplo, o uso de uma nova ferramenta tecnológica que poderia significar ganho em produtividade e economia financeira para a empresa, pode se transformar em uma situação que gera aplicação de multas e danos reputacionais, se a empresa não realizar uma boa gestão de fornecedores e contratar ferramentas que sejam seguras e que não irão impactar os negócios em razão de incidentes ou violações de dados.
Considerando que hoje a grande maioria das empresas já utilizam novas tecnologias, incluindo inteligência artificial, em diversas etapas de sua operação, é mais do que urgente a preocupação com a Conformidade e Governança.
Nada mais é do que conhecer e identificar riscos e implementar melhorias e mudanças internas para garantir a conformidade legal e a diminuição e prevenção dos riscos se concretizarem. É sempre bom lembrar, “prevenir é investir, prevenir é economizar”.
Outro motivo, é a tendência de regulação deste mercado, considerando novas leis internacionais sobre o uso de novas tecnologias.
Para citar um exemplo, o PL 2338, que pretende se tornar o “Marco Legal da Inteligência Artificial”, está em discussão avançada. Essa nova legislação, assim como a já consolidada LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), trará princípios e requisitos mínimos para que as empresas utilizem, ofereçam e produzam tecnologias baseadas em inteligência artificial. Sem um Programa de Governança maduro, como uma empresa poderá utilizar-se dessas ferramentas de maneira satisfatória e garantindo o cumprimento das diretrizes da norma?
O não cumprimento da legislação poderá afetar a empresa desde o recebimento de sanções, como nos negócios, já que parceiros, clientes e fornecedores poderão escolher não se relacionar com organizações que não estejam minimamente adequadas à realidade normativa, como forma de se proteger das responsabilizações legais e solidárias.
O investimento em Conformidade e Governança pode se traduzir em diferencial competitivo frente aos concorrentes.
Em recente estudo da KPMG sobre a maturidade do Compliance nas empresas, foram levantados os maiores desafios enfrentados pelas empresas nesse quesito, sendo eles: identificação e monitoramento de riscos; gestão de riscos de terceiro; novos riscos trazidos por inovações; e elaboração de políticas e procedimentos efetivos.
Para citar alguns detalhes dessa análise, a gestão de terceiros, por exemplo, é um fator de muita preocupação e vulnerabilidade para as empresas, cerca de 48% delas ainda não possuem mecanismos de gestão e uma parcela ainda maior, 70%, não se preocupam em treinar terceiros de alto risco, o que expõe as empresas à grandes ameaças, reputacionais, financeiras e por vezes até regulatórias.
Além disso, a falta de mecanismos de Compliance maduros deixam todas as empresas vulneráveis a fraudes, sejam internas ou externas. Para falar de números, cerca de 78% das empresas perderam alguma porcentagem de lucros por causa de fraudes no último ano, e a perspectiva é de que as fraudes aumentem em 40% no próximo ano.
Considerando esses dados, a gestão de riscos poderá ser uma grande aliada das empresas na antecipação de problemas, como fraudes, e na implementação de adequações que evitem a concretização destes problemas. No que diz respeito às inovações tecnológicas, a gestão com base em riscos auxiliará as empresas a fazerem escolhas seguras e que agreguem aos negócios sem representar um aumento de riscos nos negócios. Portanto e mais uma vez, o investimento em Governança e Conformidade é essencial para fortalecer os negócios e proporcionar durabilidade as empresas.
É inegável o valor trazido pelos Programas de Governança às empresas. Por essa razão, o investimento em Compliance deve fazer parte dos orçamentos das empresas para o ano de 2025, garantindo a implementação de inovações de modo seguro, gerenciando os riscos relacionados e fortalecendo a cultura e reputação da empresa para um crescimento sólido.
O constante desenvolvimento de novas tecnologias e as atualizações legislativas iminentes sobre o tema, tornam fundamental que as empresas conheçam seus riscos e atuem preventivamente, implementando um Programa de Governança funcional e eficaz. As empresas que se preocupam com estes temas e investem em Conformidade poderão usufruir de diferencial competitivo frente à concorrentes, além de garantir que serão capazes de utilizar inovações de maneira mais célere e segura, minimizando riscos e melhorando sempre sua reputação no mercado.
Autores:
Gustavo Vallesquino Fernandes
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Giovanna Crotti
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Felipe do Lago Nogueira Dias
[email protected]